quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sucesso pra quê?

Depois de muito, mas muito tempo mesmo, estou de volta (não sei até quando, pode ser só isto mesmo). Cada dia pior, mais sem paciência, e mais louco até. Apesar desse aparente ar de ranzinza, nesse tempo ausente vi muita coisa, muito filme, ouvi muita música, acho que consegui me atualizar (pelo menos no que me interessava). Nessas, entre uma bebedeira e outra, descobri o maior frontman que já existiu, ou melhor, que ainda existe. Ele nunca foi reconhecido, mas também pouco se importa com isso, ele nunca fez lá muito esforço para tal. Ainda bem! Muita gente fala que ele parece rockabilly, mas não é nada disso, Jonathan Richman é apenas Jonathan Richman, nada mais. Acontece que o que eu conhecia dele era sua banda, o Modern Lovers, que em 1976 fez um dos discos mais sensacionais de todos os tempos, e com toda a certeza entraria para meu top 10, com sobras. Mas de tanto ouvir um amigo falar sobre o tal Jonathan, fui atrás, e acho que é a coisa que mais tenho ouvido nos últimos tempos. É absurdamente sensacional, virei fã, muito fã. As letras são ótimas, nada de muito difícil, com métricas e essas frescuras, a maioria são hitórias narradas, e ótimas histórias, diga-se de passagem. Melodias simples, divertidas, umas amarguradas, outras saudosas, tem de tudo, mas tudo de Jonathan, e só Jonathan. Mas sem dúvida mais importante, e legal do que tudo isso, é a figura que ele é. Alguns acham ele bobo, mas talvez esses não entendem o que ele é, deve que é a única explicação. Acho que é um dos artistas mais verdadeiros que já vi, o que, importa muito. Lógico que a música por si só já é demais, mas ele não é só isso. Enfim, ainda não sei porque escrevi, o texto está péssimo, mas o importante é aqui não sou eu, nem meu texto, e sim, o Jonathan. Aproveite.

Jonathan Richman - I Was Dancing At The Lesbian Bar



domingo, 16 de novembro de 2008

Disco da Semana_03

A maioria das coisas sobre as quais escrevo aqui são gringas. Por um lado é mais do que óbvio que prefiro, mas não por ser de fora, e sim por que eu acho certas coisas melhores. Simples assim. E a culpa disso não é minha. Nem de perto. Se houvesse alguma coisa que realmente me agradasse eu não estaria falando isso, mas hoje não tem nada, absolutamente nada de bom por aqui. Talvez o Vanguart, mas mesmo assim, é pouco demais. Por isso vou sim colocar um disco brasileiro no disco da semana. Tudo bem que tem inúmeros discos sensacionais, mas não tô dando nenhuma medalha de ouro pra este disco. É apenas mais um ótimo álbum. "Acabou Chorare", dos Novos Baianos é uma coisa. É pop, samba, experimental, folk, rock tudo junto. Tudo muito bem arquitetado pela guitarra do Pepeu Gomes, pela voz da Baby e pelo sentimento que o Moraes Moreira consegue ver em uma mulata descendo a ladeira. Bom, juntando isso com ótimas letras e a "A Cor do Som" como banda de apoio, não precisa dizer mais nada. É um álbum que quem não conhece precisa conhecer, e se você não gostar acho que no mínimo vai respeitá-los. Infelizmente pouca gente consegue ver rock em português, ou respeitar rock em português, e menos ainda conseguem fazer rock em português. Assim como não se faz samba em inglês. Talvez por eu ser um fã incondicional de rock (mesmo gostando muito de gêneros brasileiros) ache tudo que temos aqui hoje fraco. Nem samba se faz direito mais. Enfim, existem muitos porquês disso, mas isso fica pra próxima.

Ano: 1972

Músicas:

01. Brasil Pandeiro
02. Preta Pretinha
03. Tinindo Trincando
04. Swing de Campo Grande
05. Acabou Chorare
06. Mistério do Planeta
07. A Menina Dança
08. Besta é Tu
09. Um Bilhete Pra Didi
10. Preta Pretinha (reprise)

Mistério do Planeta - Novos Baianos:


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Lado A e Lado B

Sim e não. Essas foram as únicas duas respostas que ouvi quando perguntei pra maioria dos amigos e chegados se o filme "Durval Discos" é bom. Nenhum "talvez" ou , "falta isso, mas é bom", ou qualquer outra opinião. E eu adoro isso. Queira você goste ou não, ele te causa alguma coisa, ou ele te irrita com a personagem que é mãe do Durval e pelo ambiente claustrofóbico, ou te conquista pelos mesmos motivos. (logicamente que quem gostou não pensa dessa maneira)Pra enriquecer mais ainda, o filme tem uma das melhores trilhas sonora que eu já vi num filme brasileiro, se não a melhor. Dona Carmita, mãe de Durval é um personagem à parte. Kiki, a meninha, é tão fofa que apaixona. Durval, um romântico que não aceita a chegada e o domínio dos cds no mercado, vive sonhando com seus discos de vinil e defendendo sua sobrevivência. Por falar em vinis, estava lendo algumas críticas feitas ao filme e algum ser que no mínimo não pensou ao escrever disse que era péssimo pois ele não via relação nenhuma da loja de discos com o filme. É exatamente por isso que este, e tantos outros, não entenderam o filme. É genial a analogia. O subítulo do filme é "Tudo na vida tem um lado A e um lado B". Pra quem viu, é bem óbvia essa relação. Quando tudo parece ir bem o disco (vida da família) vira e começa o pesadelo de Durval e sua mãe. As proporções de dramatismo e humor que vão dominando o filme são tão bem feitas e interpretadas que me dominaram. E é isso o mínimo que eu espero de um filme, que ele me prenda. Logicamente que muitos fatores, tanto cinematográficos quanto de estado espírito de quem assiste, fazem você gostar ou não de um filme. Pra mim tudo se encaixou perfeitamente. Não sou fã de cinema brasileiro, mas esse filme é fantástico. A atriz Etty Fraser, mãe de Durval, merecia pelo menos um prêmio em Gramado. Enfim, é excelente. E Durval, tem muita gente que ainda ama os vinis, como eu.

Trailer do filme:



Direção: Anna Muylaer

Elenco: Ary França (Durval), Etty Fraser (Carmita), Marisa Orth (Elisabeth), Isabela Guasco (Kiki), Letícia Sabatella (Célia), Rita Lee (Tia Julieta)

Ano: 2002

Trilha sonora:

01. Mestre Jonas - Os Mulheres Negras
02. Que Maravilha - Jorge Ben
03. Maracatu Atômico - Gilberto Gil
04. Madalena - Elis Regina
05. Irene - Caetano Veloso
06. Ovelha Negra - Rita Lee
07. Back In Bahia - Gilbetto Gil
08. Alfômega - Caetano Veloso
09. Besta É Tu - Novos Baianos
10. Xica Da Silva - Jorge Ben
11. London,London - Gal Costa
12. Pérola Negra - Luiz Melodia
13. Mestre Jonas - Sá, Rodrix E Guarabyra

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Coldchatos

Desde a minha primeira postagem só venho elogiando e colocando coisas que eu gosto aqui. Mas hoje não, hoje será diferente. Apesar de doer ceder um espaço para algo que não gosto, minha revolta é maior do que isso. Acontece que existe uma banda por aí que muita gente gosta e eu acho um pé no saco, e por mais que tentem me convencer eu não gosto. A tal banda é o Coldplay. E não é pelos músicos ou pela música deles. Fato é que a postura deles me incomoda demais. Existem algumas canções que até acho que são boas (duas ou três no máximo), mas eles são chatos a beça. O vocalista, Chris Martin, é sem sal e ainda tem a pretensão de ser o novo Bono Vox. O engajamento em uma banda de rock é uma das coisas mais me perturba. E o que eles fazem é bem diferente do que o Radiohead faz. Chris Martin usa seu grupo pra ficar fazendo apologias, enquanto Thom Yorke, se não concorda com o ato, apenas não o faz, sem ficar usando disso pra se promover como um "salvador" do mundo. O som deles não é ruim, não mesmo, mas também não é super legal, nem mesmo legal. Acontece que eles são coxinhas demais pra serem rockstars, atitude zero (exceto quando é pra salvar o mundo), são certinhos demais querendo ser malandros e ainda por cima eles acreditam piamente que serão o U2. Pra quem não sabe o Bono nem sempre foi o "embaixador da paz e defensor da vida". Antes disso ele fez cinco ótimos cds e é o único, hoje em dia, que pode, e sabe ser bonzinho sem deixar o título de rockstar. E outra, a música do Coldplay não chega nos pés da do U2 (ps: eu não sou fã do U2, aliás, bem longe disso, mas algumas coisas a gente tem que admitir). O pior de tudo é como esses coldchatos fazem sucesso com aquele sonzinho enjoativo e mole. Não entra na minha cabeça isso, não tem verdade nenhuma naquilo, me parece tudo tão falso e minimamente planejado que me irrita. Porém, um dia ouvi que toda unanimidade é burra...se é verdade eu não sei, mas nesse caso espero que seja.
Pra não dizer que não gosto de absolutamente nada deles, eles tem clipes muito bem feitos, mas ainda assim não me convencem.
Já que falei que eles não são verdadeiros (pelo menos pra mim) aqui vai uma aulinha de sentimento pra eles:

Thirteen - Elliott Smith:




PS: Esta música é do Big Star, mas por falta de vídeos coloquei a versão do Elliott Smith. Ambos dispensam comentários, pois teria que escrever o dobro de tudo que já fiz pra expressar o quando gosto deles.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Bruges, aí vou eu!

Como falei aqui na primeira postagem, cada filme que passa eu fico mais impressionado e fã do Colin Farrell. Depois que vi Pergunte ao Pó, Sonho de Cassandra comecei a respeitar o cara. Depois disso vi um filme absurdamente legal e adivinha quem tava lá? Lógico, ele mesmo. O filme em questão é novo e não sei se ainda saiu aqui no Brasil (ahá, disse que ia me atualizar!). A história não tem nada demais, é simples, mas é passada numa cidade linda (Bruges, na Bélgica) e conta um humor muito esperto, na hora certa e na dose certa. Não é uma comédia, mas os momentos cômicos são bons demais. Trata-se de uma dupla de assassinos de aluguel que tem que passar uma temporada longe das tarefas por terem falhado numa delas. Na Bélgica, o que Colin faz é ficar falando mal do país e bebendo, até que, logicamente, a única coisa que poderia prender um homem nessa situação em um lugar que odeia é uma mulher, e é isso que ele encontra. A partir daí o filme começa a se densenrolar (ou se enrolar!) e com pitadas de humor a tensão vai te prendendo até o final. "In Bruges", ou "Na Mira do Chefe" em português, é um ótimo filme que mostra como tá maduro Colin Farrell, e como ele consegue ser cômico, dramático ou aventureiro. Babação de ovo a parte, a única coisa que todo mundo tem que prestar atençaõ nesse filme é no anão, isso mesmo, um anão. Ele é tudo no filme. Ah, a moça é uma graça também. Enfim, vale assistir.
Ano: 2008
Elenco: Clémence Poésy , Brendan Gleeson, Colin Farrell
País: Inglaterra/Bélgica
Curiosidade: Bruges foi enfeitada durante um mês por causa do filme. Não era época de Natal e tudo é natalino no filme. E a palavra fuck aparece uma vez por minuto em todo filme.
Trailer do filme:

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Disco da Semana_02

A primeira vez que me falaram da tal da Amy Winehouse não fazia idéia de quem era cheguei a despreza-la por um bom tempo, pensando ser algum tipo de Lily Allen, ou algo do tipo. Uma idiotice, visto que nem sabia do que se tratava. Por acaso um amigo deixou no meu computador e resolvi escutar. Eu simplesmente caí de amores por ela. Me apaixonei, ouvia o tempo todo. E mais do que a própria música, que é sensacional, o mais legal de tudo nela é a postura! Além de ser bêbada, das roupas, penteado, voz e som retrô, ela vem fazendo escolinha. E a primeira moça a seguir seus passos é uma galesa, loira, só que bem mais equilibrada que Wino. Pra quem não lembra (ou não sabe), o prmeiro disco da Amy não tem nada demais, mas dá pra ver que se alguém sacasse qual era a dela ela estouraria, como aconteceu. Duffy (a aluna) já vem muito mais preparada. A voz é linda, mas diferente de Amy, ela é simpática que só e tem um rosto e um corpinho bem mais salutares que o de Amy (apesar da Winehouse ser charmosa como poucas, pelo menos quando ainda era um ser pensante), e o primeiro cd já é um disco muito bom, mesmo. "Rockferry" é metade sensacional e a outra metade fica pelo caminho, mas calma, é só o primeiro disco da moça. E apesar de alguma semelhança, eu acho que ela e a Amy seguem caminhos diferentes. Sabe aquela história de que é "igual, mas diferente", então, eu nem sei explicar (ou até saiba), mas é só escutar as duas pra perceber isso. Enfim, também me apaixonei por ela. Confesso que é um som muito mais agradável a ouvidos femininos, mas o que posso fazer. É bonito demais. E queira você goste ou não, ela é linda sim.
PS: o segundo disco da Amy ("Back to Black") só não é o dessa semana porque.....na verdade eu não sei o porquê, mas tenho certeza de que é melhor que esse. Talvez ele mereça algo mais especial.
Nome: "Rockferry"
Ano: 2008
01 - Rockferry
02 - Warwick Avenue
03 - Serious
04 - Stepping Stone
05 - Syrup & Honey
06 - Hanging On Too Long
07 - Mercy
08 - Delayed Devotion
09 - I'm Scared
10 - Distant Dreamer
Duffy - Warwick Avenue, no Later...With Jools Holland :

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Um é pouco, dois é bom, três é (bom) demais.

Apesar do intuito do blog, não tenho tido tempo para ver muitos filmes, mas vou tentar me atualizar e assistir filmes mais novos. Fora os clássicos, espero que esse seja o último post de filmes que ficam no meio do caminho entre os clássico e dos lançamentos. Enfim, aqui vou eu. Sempre tive um pé atrás com o Tommy Lee Jones, mas depois que vi o filme que ele dirigiu, me rendi. Ele é legal demais. A começar pelo papel dele no filme, um capataz simples de uma cidade na fronteira EUA-México. Apesar de ser um homem rústico, ele é elegante (na postura) que só e é o amigo mais leal que poderia existir. O cenário de faroeste (moderno em relação aos clássicos do estilo, lógico), com muita poeira, cavalos a rodo e tiros de cartucheira é mais do que ideal e a montagem da história é muito esperta. Mas o que mais me impressiou é como tudo isso teve a mão do Tommy Lee. Vendo alguns extras descobri que ele fez com que o elenco lesse o livro "The Stranger", de Albert Camus (não faço idéia do que seja esse livro e esse sujeito) para que o pessoal entendesse a alma, a "verve" do filme. Bom, visto o filme acho que devo ler o mais rápido possível este livro. E Tommy acertou em cheio, não sei do que se trata o livro, mas deve ser algo muito, mas muito intenso, uma enchurrada de sentimentos. Além disso, Tommy está impecável desde a atuação até a direção. É demais! Parece que o tal do Tommy Lee tá melhorando enquanto envelhece. E outra, acho que ele se colocar no lugar da estrela principal do filme ajudou, e muito, a perceber o quão bom ele é. Tanto que depois desse filme ele ainda atuou no excelente "Onde os fracos não tem vez", mas isso é assunto pro próximo post, ou não né, prometi que ia me atualizar. Até!
Pra variar saí falando e esqueci o nome do filme, então tá aqui: "Três Enterros", de 2005. Agora sim, até!
PS: Não encontrei o trailer legendado, mas aqui vai o link para download do filme :