domingo, 16 de novembro de 2008

Disco da Semana_03

A maioria das coisas sobre as quais escrevo aqui são gringas. Por um lado é mais do que óbvio que prefiro, mas não por ser de fora, e sim por que eu acho certas coisas melhores. Simples assim. E a culpa disso não é minha. Nem de perto. Se houvesse alguma coisa que realmente me agradasse eu não estaria falando isso, mas hoje não tem nada, absolutamente nada de bom por aqui. Talvez o Vanguart, mas mesmo assim, é pouco demais. Por isso vou sim colocar um disco brasileiro no disco da semana. Tudo bem que tem inúmeros discos sensacionais, mas não tô dando nenhuma medalha de ouro pra este disco. É apenas mais um ótimo álbum. "Acabou Chorare", dos Novos Baianos é uma coisa. É pop, samba, experimental, folk, rock tudo junto. Tudo muito bem arquitetado pela guitarra do Pepeu Gomes, pela voz da Baby e pelo sentimento que o Moraes Moreira consegue ver em uma mulata descendo a ladeira. Bom, juntando isso com ótimas letras e a "A Cor do Som" como banda de apoio, não precisa dizer mais nada. É um álbum que quem não conhece precisa conhecer, e se você não gostar acho que no mínimo vai respeitá-los. Infelizmente pouca gente consegue ver rock em português, ou respeitar rock em português, e menos ainda conseguem fazer rock em português. Assim como não se faz samba em inglês. Talvez por eu ser um fã incondicional de rock (mesmo gostando muito de gêneros brasileiros) ache tudo que temos aqui hoje fraco. Nem samba se faz direito mais. Enfim, existem muitos porquês disso, mas isso fica pra próxima.

Ano: 1972

Músicas:

01. Brasil Pandeiro
02. Preta Pretinha
03. Tinindo Trincando
04. Swing de Campo Grande
05. Acabou Chorare
06. Mistério do Planeta
07. A Menina Dança
08. Besta é Tu
09. Um Bilhete Pra Didi
10. Preta Pretinha (reprise)

Mistério do Planeta - Novos Baianos:


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Lado A e Lado B

Sim e não. Essas foram as únicas duas respostas que ouvi quando perguntei pra maioria dos amigos e chegados se o filme "Durval Discos" é bom. Nenhum "talvez" ou , "falta isso, mas é bom", ou qualquer outra opinião. E eu adoro isso. Queira você goste ou não, ele te causa alguma coisa, ou ele te irrita com a personagem que é mãe do Durval e pelo ambiente claustrofóbico, ou te conquista pelos mesmos motivos. (logicamente que quem gostou não pensa dessa maneira)Pra enriquecer mais ainda, o filme tem uma das melhores trilhas sonora que eu já vi num filme brasileiro, se não a melhor. Dona Carmita, mãe de Durval é um personagem à parte. Kiki, a meninha, é tão fofa que apaixona. Durval, um romântico que não aceita a chegada e o domínio dos cds no mercado, vive sonhando com seus discos de vinil e defendendo sua sobrevivência. Por falar em vinis, estava lendo algumas críticas feitas ao filme e algum ser que no mínimo não pensou ao escrever disse que era péssimo pois ele não via relação nenhuma da loja de discos com o filme. É exatamente por isso que este, e tantos outros, não entenderam o filme. É genial a analogia. O subítulo do filme é "Tudo na vida tem um lado A e um lado B". Pra quem viu, é bem óbvia essa relação. Quando tudo parece ir bem o disco (vida da família) vira e começa o pesadelo de Durval e sua mãe. As proporções de dramatismo e humor que vão dominando o filme são tão bem feitas e interpretadas que me dominaram. E é isso o mínimo que eu espero de um filme, que ele me prenda. Logicamente que muitos fatores, tanto cinematográficos quanto de estado espírito de quem assiste, fazem você gostar ou não de um filme. Pra mim tudo se encaixou perfeitamente. Não sou fã de cinema brasileiro, mas esse filme é fantástico. A atriz Etty Fraser, mãe de Durval, merecia pelo menos um prêmio em Gramado. Enfim, é excelente. E Durval, tem muita gente que ainda ama os vinis, como eu.

Trailer do filme:



Direção: Anna Muylaer

Elenco: Ary França (Durval), Etty Fraser (Carmita), Marisa Orth (Elisabeth), Isabela Guasco (Kiki), Letícia Sabatella (Célia), Rita Lee (Tia Julieta)

Ano: 2002

Trilha sonora:

01. Mestre Jonas - Os Mulheres Negras
02. Que Maravilha - Jorge Ben
03. Maracatu Atômico - Gilberto Gil
04. Madalena - Elis Regina
05. Irene - Caetano Veloso
06. Ovelha Negra - Rita Lee
07. Back In Bahia - Gilbetto Gil
08. Alfômega - Caetano Veloso
09. Besta É Tu - Novos Baianos
10. Xica Da Silva - Jorge Ben
11. London,London - Gal Costa
12. Pérola Negra - Luiz Melodia
13. Mestre Jonas - Sá, Rodrix E Guarabyra

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Coldchatos

Desde a minha primeira postagem só venho elogiando e colocando coisas que eu gosto aqui. Mas hoje não, hoje será diferente. Apesar de doer ceder um espaço para algo que não gosto, minha revolta é maior do que isso. Acontece que existe uma banda por aí que muita gente gosta e eu acho um pé no saco, e por mais que tentem me convencer eu não gosto. A tal banda é o Coldplay. E não é pelos músicos ou pela música deles. Fato é que a postura deles me incomoda demais. Existem algumas canções que até acho que são boas (duas ou três no máximo), mas eles são chatos a beça. O vocalista, Chris Martin, é sem sal e ainda tem a pretensão de ser o novo Bono Vox. O engajamento em uma banda de rock é uma das coisas mais me perturba. E o que eles fazem é bem diferente do que o Radiohead faz. Chris Martin usa seu grupo pra ficar fazendo apologias, enquanto Thom Yorke, se não concorda com o ato, apenas não o faz, sem ficar usando disso pra se promover como um "salvador" do mundo. O som deles não é ruim, não mesmo, mas também não é super legal, nem mesmo legal. Acontece que eles são coxinhas demais pra serem rockstars, atitude zero (exceto quando é pra salvar o mundo), são certinhos demais querendo ser malandros e ainda por cima eles acreditam piamente que serão o U2. Pra quem não sabe o Bono nem sempre foi o "embaixador da paz e defensor da vida". Antes disso ele fez cinco ótimos cds e é o único, hoje em dia, que pode, e sabe ser bonzinho sem deixar o título de rockstar. E outra, a música do Coldplay não chega nos pés da do U2 (ps: eu não sou fã do U2, aliás, bem longe disso, mas algumas coisas a gente tem que admitir). O pior de tudo é como esses coldchatos fazem sucesso com aquele sonzinho enjoativo e mole. Não entra na minha cabeça isso, não tem verdade nenhuma naquilo, me parece tudo tão falso e minimamente planejado que me irrita. Porém, um dia ouvi que toda unanimidade é burra...se é verdade eu não sei, mas nesse caso espero que seja.
Pra não dizer que não gosto de absolutamente nada deles, eles tem clipes muito bem feitos, mas ainda assim não me convencem.
Já que falei que eles não são verdadeiros (pelo menos pra mim) aqui vai uma aulinha de sentimento pra eles:

Thirteen - Elliott Smith:




PS: Esta música é do Big Star, mas por falta de vídeos coloquei a versão do Elliott Smith. Ambos dispensam comentários, pois teria que escrever o dobro de tudo que já fiz pra expressar o quando gosto deles.